sábado, 24 de janeiro de 2009

Pérfidas 10

É aniversário da cidade, lá fora.

Nota-se pela parafernália de vozes e risos.

Não fui convidado. Sou voluntariamente como um morador de rua – com vinho, apartamento e um pedaço de pizza para observar os que passam e vão, ao contrário de meus camaradas.

Rezo para que um teto desabe sobre esses aduladores de concreto que se fazem massa estridente diante de um grave cantor qualquer. Que o céu venha abaixo, para que possam rapidamente engatilhar seus eternos companheiros, os guarda-chuvas. Orgulham-se disso. São como frangos espantados, depenados.

Fogos, luzes. Agora devem olhar em volta e, suspirantes, dizer que todo aquele acúmulo de cidade que os envolve já foi belo.

Até gente como eu vir para cá e notar que era feia.

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