quarta-feira, 17 de agosto de 2011

breves eternidades 2

Se soubesse que travaríamos diálogos tão silenciosos teria te desafiado para um monólogo. Finge, finge e esconde as palavras no bolso dos gestos, mas seus olhos gritam. Não param de te denunciar, dizem que é mais do que o sorriso calado e as mãos espremidas contra o peito. Quais formas de tortura os torturadores mais cruéis recomendariam para desvendar mais do que segredos, apenas sílabas soltas ao acaso de inquisições quase adolescentes? A única tortura possível é abandonar a esperança de sentir tua voz e cair na espiral de silêncio que leva os solitários à companhia de seus mais sedutores fantasmas. Devo tentar ser ouvidos contra sua parede, à espera de palpitações e um suspiro que me preencha do som de seu corpo? Talvez seja demorado como o intervalo entre dois infinitos conseguir ouvir o que queira me dizer, mas a espera será mais profunda que o abismo entre dois universos se me disser o que não quero ouvir. Por enquanto, vamos manter o silêncio entre seus olhos e os uivos ansiosos de minha garganta que só queriam gritar para você que

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