sábado, 27 de agosto de 2011

breves eternidades 3

É um problema mais do que geométrico.
Dizer sem prudência, aderência ou embaraço vai dar um rolo nessa minha cabeça obtusa.
Questão de espaço, vê?
Que o que ali se enrola é menos labiríntico que um imenso grito ecoado por paredes mudas. Sente?
É de uma intensidade que dá voltas desafiando esse intestino infinito que me preenche de ansiedades caducas, de lacunas.
Se cada lado é menos do que um inteiro para você, nenhuma multiplicação que eu lhe invista vai somar mais que dois – o resto, não me interessa.
Não sei o que fazer, não chego a nenhum resultado que não seja o resto do mínimo sonho da parte que aprendi a reconhecer como o máximo denominador comum.
Deveria providenciar para que todo e qualquer desafinar siga ao menos uma reta, na esperança de ao menos um encontro paralelo. Desisto. Não ter o direito de unir dois corpos fora das leis da física só me esvazia mais de metafísica.
Continuaremos a ser dois seres que não atingem nenhum ponto no espaço e querem se esconder em uma dessas sombras curvas de preguiça.
Talvez fugir para meu quadrado seja o mais cartesiano a fazer. Desse ângulo ao menos não terei a perspectiva de me ver lado a lado com sua forma.

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